O site americano Hoopshype publicou uma entrevista com o pivô brasileiro do Cleveland Cavaliers Anderson Varejão, confira a tradução desse bate-bola com o Wild Thing (Coisa Selvagem):
Com tudo o que aconteceu durante o verão, você achava que o time ainda seria tão competitivo como foi na última temporada?
Anderson Varejão: “Bem, perdemos alguns jogos que deveríamos ter vencido. Perdemos tolamente contra Sacramento em casa, e contra o Atlanta também. Para nós, cada jogo vai ser diferente este ano – temos tantos jogadores novos, nova comissão técnica… É um sistema novo e nós apenas temos que continuar trabalhando duro e melhorar a cada dia para vencer mais jogos.”
Normalmente com as equipes jovens como o Cavs agora, pode ser mais difícil fechar os jogos com uma vitória. Você acha que talvez os sucessos que vocês tiveram no passado de alguma maneira contaminaram seus novos companheiros de equipe também?
AV: “Não, nunca é fácil vencer os jogos. Os terceiros quartos são um grande problema para nós agora. Acabamos tendo que fazer muitos ajustes no quarto período para tentar arrancar uma vitória. Felizmente, temos alguns grandes arremessadores neste clube como Mo Williams, que converteu alguns grandes arremessos para nós e ganhou vários jogos para nós na reta final.”
Onde você vê o Cavs chegando nesta temporada?
AV: “É difícil dizer agora. É cedo demais – tomara que nós possamos chegar aos playoffs e ir a partir daí.”
Como você ficou sabendo que LeBron ia jogar pelo Miami nesta temporada?
AV: “Na ESPN. Fiquei surpreso, achei que ele estaria voltando a Cleveland.”
Por que você achou que ele estava voltando para Cleveland?
AV: “Não sei. Eu só tive essa sensação. Eu não sei por que eu tinha.”
Você já falou com ele durante o verão, antes ou depois de a decisão ser tomada?
AV: “Não, eu estava com a Seleção Brasileira durante todo o verão, então nós realmente não nos falamos nem aqui nos Estados Unidos, nem durante o Campeonato Mundial na Turquia.”
Você ainda está feliz em Cleveland?
AV: “Quem, eu? Claro que sim! É uma equipe muito diferente de quando entrei pela primeira vez, mas esta é a organização que assinou comigo para o meu primeiro contrato da NBA, e estou muito feliz aqui. Eu só estou jogando basquete e me divertindo.”
Para onde ela vai daqui para você? Você estava jogando por um time candidato ao título e, da noite para o dia, você agora está em uma situação de reconstrução. O que você vê como seu objetivo de carreira aqui em Cleveland?
AV: “Bem, eu tenho mais quatro anos do meu contrato com o Cavaliers. Eu só tenho que melhorar a cada dia, e fazer meus companheiros de equipe melhorarem. Precisamos trabalhar juntos para tentar chegar ao próximo nível.”
Você jogou no melhor clube europeu (FC Barcelona), e jogou com o Cavs, quando eram um dos melhores times da NBA também. Você vê a si mesmo terminando a sua carreira aqui na NBA, ou talvez em algum lugar na Europa?
AV: “Eu não me importaria de me aposentar aqui em Cleveland. Como eu disse, estou muito feliz aqui. Eu ainda tenho muito mais para melhorar no meu jogo e crescer com meus companheiros.”
O que o técnico Byron Scott traz para sua equipe?
AV: “O treinador dá a todos uma luz verde. Ele permite que todos nós joguemos, e ele nos diz todo dia que se jogarmos duro e aprendermos o sistema, e jogarmos duro por um minuto, três, 12 ou 48, e aprendermos o seu sistema, vamos jogar para ele. Ele está fazendo um trabalho muito bom com nossa equipe jovem aqui em Cleveland.”
Você mencionou as desgraças do terceiro quarto. Em um recente jogo contra o Wizards, houve uma virada de 30 pontos que vocês conseguiram no quarto período ganhando o jogo após um desempenho terrível no terceiro quarto. O que você acha que é o problema aí?
AV: “Se eu soubesse, eu com certeza diria para meus companheiros de equipe primeiro (risos). Estamos constantemente assistindo aos filmes depois de cada jogo, vendo o que fizemos de errado e tentando melhorar.”
E sobre as adaptações feitas no quarto período de maneira a ganhar alguns desses jogos em que vocês estavam atrás no placar?
AV: “Eu me lembro desse jogo particular em DC (Washington DC, a capital dos EUA, contra o Wizards), simplesmente paramos de movimentar a bola no terceiro quarto. Retornamos a fazer isso na última parte do jogo e foi assim que nós vencemos a partida”.
Você se sacrificou seu corpo bastante jogando um pouco pela sua equipe nacional (a Seleção Brasileira) durante o verão no Campeonato Mundial. Você esteve até machucado durante algumas semanas com uma lesão sofrida em um amistoso preparatório para o torneio. Você está desapontado como as coisas terminaram assim para o Brasil, sendo eliminado nas oitavas-de-final pela Argentina?
AV: “Não, mas eu me sacrifiquei um pouco. Eu estava machucado, e eu joguei machucado na Turquia. Mas o Brasil é meu país e eu adoro jogar pelo meu país. Nós não terminamos da maneira que queríamos. Tivemos alguns problemas adicionais de pessoal também. Mas a coisa mais importante foi que nós fomos lá e nós lutamos pelo nosso país.”
A direção do Cavs causou algum problema para você com relação à sua participação na Seleção Nacional?
AV: “Não, eles eram muito legais sobre isso. Eles entendem o que significa representar o seu país em um palco tão grande.”
Muitos jogadores da NBA que competiram no Mundial durante o verão estão mencionando como eles sentem o cansaço causado pelos treinos rigorosos e jogos programados durante o verão. E você?
AV: “Eu sinto esses impactos no meu jogo agora. Quando a pré-temporada e temporada regular começaram, eu não comecei fresco (descansado). Mas eu vou lidar com as consequências, e eu sei que vou ficar bem e que meu corpo irá se ajustar ao calendário da NBA com bastante rapidez. Eu sabia disso antes de ir jogar pela Seleção Nacional, e eu ainda sou jovem, então simplesmente vou ficar bem.”
(Hoopshype)


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